Em minha página do Instagram (@professor_wandersonmelo), publiquei um antes e depois de um texto. Para você que não viu a publicação, estes são os textos:
ANTES:
DEPOIS:
Portanto, existe norma que torna legal o ato da autora da ação. Além disso, o Tribunal de origem entende que a empresa pública, ora agravada, pode postular em juízo. Por conseguinte, não é correto o desprovimento do recurso em 5/5/2020.
Vamos entender todas as modificações? Primeiramente, a estrutura “diz-se tudo isso para evidenciar que é dato que” é prolixa, redundante. É preferível que a relação de sentido com a conjunção (no caso, “portanto”) e, em seguida, seja apresentada a informação em si, de maneira direta. Além disso, como era possível suprimir a forma “realizado pelo” por “do”, optei por modificar a redação para deixá-lo mais conciso.
Ademais, o período estava bastante extenso. Por isso, iniciei novo período com locução de adição, “além disso”, já que era essa a ideia expressa por “também é fato que”. Eliminei a estrutura “já pacificou a jurisprudência no sentido de que”, porque é extensa e pode ser, com manutenção de sentido, substituída por “entende” (verbo que evidencia uniformidade de orientação).
Ainda, havia repetição da palavra “fato”, o que cansa o leitor. Fiz também a alteração de “autor da ação” por “autora”, já que se trata da “empresa pública”.
Para evitar a linguagem emocional, já que se trata de texto técnico, optei por usar “correto”, em vez de “descabido e injusto”. Por fim, eliminei o zero à esquerda na data, por ser elemento desnecessário.
Como eu falo sempre aos meus alunos e alunas, passar muita informação em poucas palavras (ou com as palavras adequadas) é tarefa difícil, que requer prática. No entanto, esse processo precisa ser iniciado, com o foco em respeitar o leitor, respeitar o tempo do leitor. Não há mais espaço, na atual sociedade, para textos extensos, repletos de repetições e de informações imprecisas.