Interjeição

Em nosso último texto sobre as classes de palavras, vamos tratar da interjeição. Ela traduz os nossos estados emotivos. Em regra, são expressões exclamativas. Elas podem se organizar em quatro grupos (BECHARA, Gramática escolar da Língua Portuguesa, 2004, p. 334): 

  1. Certos sons vocálicos que na escrita se representam de maneira convencional: ah!, oh!, ui!.
  2. Palavra cristalizadas, como puxa!, bravo!, salve!.
  3. Palavras que reproduzem ruídos de animais ou objetos, como clic, trim, bum.
  4. Locuções interjetivas: Tomara Deus!, cruz credo!.

Algumas informações importantes sobre as interjeições:

  1. Não desempenham função sintática; logo, não podem ser classificadas em relação aos termos da oração.
  2. Quanto às formas Viva e Salve, é preciso fazer distinção: viva pode ser interpretada como verbo e, assim, requerer a flexão em relação ao referente: viva a mulher; vivam os sobreviventes!. No entanto, a língua moderna tem optado por analisar tal forma como interjeição e, portanto, rejeitar a flexão: viva os sobreviventes. A norma-padrão ainda não aceita, de maneira ampla, esse uso, motivo por que sugiro que, em textos formais, ocorra a análise como verbo. Em relação a salve, como pura interjeição, não há flexão: salve os brasileiros. No entanto, se analisada a palavra como verbo (no sentido de livrar-se de dificuldade, de perigo), há flexão com o referente: Salvem os animais! Eles correm perigo. 

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