Uso do ponto e vírgula

           Você já deve ter lido que o ponto e vírgula acontece quando a pausa não for tão forte que justifique o uso do ponto-final, nem tão fraca que seja causa para a vírgula. A meu ver, essa definição pouco auxilia. Por isso, hoje quero trazer as hipóteses para uso do ponto e vírgula.

  1. Enumeração:

Não considerava isto: as interrupções; o falatório; a sujeira; o forte odor vindo da rua.

Art. 10. Pode acessar a sala:

I – o juiz;

II – o promotor;

III – o diretor da secretaria;

IV – o advogado da parte.

O recorrente considera que o Tribunal de origem não é competente para analisar o caso; houve omissão do Juízo de primeiro grau; ocorreu erro no cálculo apresentado no TJRJ.

         Percebeu que a enumeração não precisa vir necessariamente depois de dois-pontos? O ponto e vírgula foi utilizado no último exemplo para evidenciar os argumentos apresentados. A vírgula poderia ser utilizada nos dois exemplos. No entanto, quanto maior for o enunciado que se deseja isolar, melhor será se o ponto e vírgula for utilizado. No segundo exemplo, o uso do ponto e vírgula seria imprescindível principalmente se houvesse vírgulas dentro dos argumentos lançados.

  • Entre orações adversativas (exceto no caso de mas) e conclusivas:

Julgava as pessoas; no entanto as acolhia como ninguém.

Não mostrou provas do cometimento do crime; portanto, pediu a absolvição do réu.

              Ressalto que, em ambos os casos, mesmo se a conjunção for deslocada (hipótese em que haverá uso de vírgula com a conjunção), o ponto e vírgula permanece.

Julgava as pessoas; acolhia-as, no entanto, como ninguém.

Não mostrou provas do cometimento do crime; pediu, portanto, a absolvição do réu.

  • Entre orações absolutas (oração com apenas um verbo ou locução verbal):

O amor é ilusão; a dor é realidade.

Ela tem 27 anos; eu, 23.

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