A importância do uso correto da linguagem

               Frequentemente, usamos a linguagem, seja escrita seja oral (que muitas vezes é acompanhada da corporal). A utilização dessa linguagem evidencia gostos, opiniões, relações com o mundo, emoções, entre vários aspectos. No campo profissional, é imprescindível que a imagem que se negocia com o interlocutor (normalmente, de profissional dedicado e competente) seja coerente à linguagem apresentada.

                Muitas vezes, percebo que operadores do Direito preocupam-se com a vestimenta, com o cartão de visitas, com escritório, mas se esquecem de algo fundamental para o exercício de seu trabalho: a linguagem. Sem ela, não há petição, não há parecer, não há doutrina, não há jurisprudência, não há, em última análise, a ciência jurídica.

                Quando afirmo que é preciso atenção à linguagem, diferentemente do que muitos podem pensar, não significa dominar todas as regras gramaticais. Indica que é fundamental que a ideia seja coerente, clara, objetiva, organizada e, sim, adequada à norma-padrão. Isso, contudo, nada se refere a períodos extensos, uso de palavras difíceis, inversão desnecessária de termos, utilização de adjetivos, entre vários outros vícios presentes em textos jurídicos.

                A utilização de linguagem correta, portanto, é fundamental ao operador do Direito. Cada vez mais, percebo que profissionais do Direito que não dominam a Língua Portuguesa sofrem para atingir os seus objetivos. É imprescindível que o redator (ou orador) busque captar o leitor. Isso só acontece se o texto é fluido, interessante e coerente.

                Nesse sentido, o uso de linguagem correta não se torna importante apenas ao redator, mas também ao leitor. Ela revela, por conseguinte, que o redator preocupa-se com o tempo, com a organização de ideias do leitor. Isso, consequentemente, gera simpatia do leitor e, claro, maior chance de adesão à tese apresentada.

               Ressalto, por fim, que o uso adequado da linguagem favorece também aquele que é o destinatário do objeto do processo. O advogado que falha na informação apresentada, além de prejudicar a si mesmo, afeta o autor da ação. O juiz que não é claro lesa, além dos operadores do Direito ali relacionados, também o cidadão.

                Portanto, é imprescindível que todos reflitam sobre a necessidade de atenção e aprimoramento dos mecanismos da linguagem.

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