10 erros que podem comprometer a credibilidade do redator

Recentemente, fiz uma live no meu Instagram (@professor_wandersonmelo) que foi muito massa e deu muita repercussão. Resolvi, então, trazer aqui, para vocês, os 10 erros que, se cometidos, podem comprometer a sua credibilidade. São erros que fazem que o leitor fique receoso quanto ao restante do texto. São erros que o levam a não mais ver com bons olhos os argumentos apresentados (mesmo se válidos e coerentes).

  1. Erro de concordância verbal: pode ser desatenção ou falta de conhecimento mesmo. Frases como “houveram problemas” ou “Os advogados foi ao Tribunal” não são bem vistas. Na primeira sentença, o verbo “haver”, por ser impessoal, não se flexiona; na segunda, faltou a flexão do verbo já que o seu sujeito está no plural. Para solucionar esses erros, é preciso que se revise o texto e, também, que se dominem alguns itens da gramática normativa. Lembre-se de que a linguagem é o seu mecanismo de trabalho.
  2. Erro de concordância nominal: mais uma vez, pode ocorrer por falta de revisão ou de conhecimento. Não se admitem erros como “a juíza irritado” ou “Os feito chegaram”. Na primeira, houve erro de concordância de gênero; na segunda falta a flexão de número.
  3. Erro de grafia: talvez um dos piores erros aqui listados. Repito: a revisão pode suprir esse equívoco. Além disso, a consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) ou a um dicionário (como o Aulete) evita o erro de grafia. Imagine o que o leitor pensa quando lê: “pedido de suspenÇão” ou “análiZe do mérito”!
  4. Uso de caixa-alta e de diferentes fontes: POR QUE GRITAR COM O LEITOR? Sei que, muitas vezes, a intenção é chamar atenção! No entanto, essa estratégia é muito ineficiente. O texto fica poluído, agressivo. De maneira semelhante, usar diferentes fontes não favorece a leitura. Essa tentativa de chamar a atenção pode ser equivocada e, assim, afastar o leitor.
  5. Sobreposição de destaques: já vi inúmeras petições em que havia negrito, itálico, sublinhado e realce em amarelo em um mesmo trecho. Sim, quatro estratégias com o mesmo objetivo: destacar informação. O erro, no entanto, está aí: como o leitor saberá qual destaque deverá prevalecer? Como vários manuais recomendam, prefira o negrito apenas.
  6. Prolixidade: repetir a informação de maneira enfadonha e apresentar trechos desnecessários não ajuda o leitor. É preciso que sempre tenhamos o objetivo de aproximar o leitor, trazê-lo para nosso lado. É fundamental que tenhamos consciência de que, junto ao nosso texto, há vários outros. Por isso, é imprescindível a objetividade e a precisão de informações.
  7. Peça extensa: este erro poderia ser sinônimo do item anterior. Faço questão, no entanto, de ressaltar: tamanho não é sinônimo de relevância; pelo contrário, o leitor, ao se deparar com petição extensa, fica antipático a ela. Textos com mais de 15 páginas dificilmente apresentam argumentos relevantes e fundamentais para a controvérsia debatida.
  8. Não relação entre as ideias e não aprofundamento delas: antes de iniciar um texto, é fundamental que se planejem as ideias que serão apresentadas. Com isso, o leitor poderá perceber claramente a relação que há entre elas. Sem planejamento, corre-se o risco de se usarem ideias desconexas e não aprofundadas.
  9. Parágrafo extenso: o uso de parágrafos extensos impede o entendimento da informação. Isso é grave. O instrumento de trabalho operador do Direito é, em regra, a escrita. Por isso, não pode o redator não ser compreendido. Parágrafos extensos ou apresentam informação desnecessária ou informações que deveriam estar em outro parágrafo. É preciso que se entenda: parágrafo extenso não é efetivo.
  10. Relação inadequada do verbo com a medida jurídica: muitos ainda não sabem usar o verbo correto em relação à medida jurídica. O verbo “ajuizar” refere-se a “ação”; “emitir” a “parecer”; “interpor” a “recursos (recurso especial, recurso extraordinário, agravo de instrumento, etc.); “opor” a “embargos de declaração”; “impetrar” a “mandado de segurança” e “habeas corpus”.

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